The Void Fraction

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Alguns extras

01.
“Void Fraction” (em português, “Fração de Vazio”) é um projeto autoral focado na estética do abandono e do silêncio existencial, um discurso fotográfico que resgata a importância de lugares emblemáticos na história da humanidade. O nome do projeto surgiu a partir de um processo físico – de maneira simplista, “Fração de Vazio” é um dos parâmetros mais importantes para caracterizar o fluxo de fluidos bifásicos (especialmente gás-líquido). No ano de 1986, em Chernobil, justamente esse parâmetro foi um dos agravantes que causaram impacto nas hastes de controle e lançou material radioativo na atmosfera, na conhecida explosão do reator 4 RMBK.

Fases diversas

A ideia desse projeto surgiu quando visitei a cidade de Pripyat, na Ucrânia. O resultado do que fotografei em Chernobil representou o fim de um projeto de força política acirrada entre a União Soviética e os Estados Unidos, conhecida como Guerra Fria.

Existem várias frações fotográficas que, juntas, dão sentido aos ensaios desse projeto. Existem registros da antiga vila Maria Zélia, na cidade de São Paulo – considerada a primeira vila operária do Brasil, hoje é patrimônio nacional tombado (e abandonado); outro ensaio escancara o abandono da primeira fábrica de cal do Estado de SP, no caminho da Rodovia dos Bandeirantes (SP-348). 

Em paralelo a registros feitos no Brasil, existem outras frações fotográficas que retratam aspectos históricos da 2ª Guerra Mundial. São recortes produzidos, até agora, na Alemanha (Nuremberg, Berlim e Dachau), Ucrânia (Kiev e Zythomyr), além de alguns lugares mapeados na França, como Paris, Oradour-Sur-Glane e Carcassone (utilizada como campo de prisioneiros).

Um outro tópico do projeto são aspectos da arquitetura medieval europeia, resgatando o eterno legado histórico que essa disciplina sustenta muito além das paredes de catedrais e castelos maduros. A história aqui pode ser recontada através da prática do memorial arquitetônico, um recorte fotográfico do conhecimento medieval que atravessou séculos sem perder seu ineditismo.

Nesses ensaios, as texturas são quase sempre as mesmas, o silêncio constante da arquitetura golpeando paisagens, a história impregnada e revelada em cada bloco de pedra. Este projeto concatena as diferenças históricas de vários povos, através do traço similar que eles preservam, esteticamente, através do tempo.

10
viagens até aqui
2120
km's rodados clicando
213
noites tratando imagens
32
brejas descobertas desde então

Habilidades antropológicas

02.
Capacidade de andar a pé
98%
Domínio do silêncio no dia a dia
1%
Nível de bom humor na maior parte do tempo hahaha
91%
Influência do heavy metal na vida
100%
Domínio de mapas
88%
Chance de passar outro réveillon dormindo na rua, na neve
36%
Saudade do javali que me encarou na Floresta de Grunewald, em Berlim
2%

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